When The Sun Goes Down - Capítulo 1 - Nova Eu

Capítulo 1 - Nova Vida 

- Não, NÃO! Não pode, não dá, eu não consigo, eu não vou fazer isso, eu não quero – Eu disse, completamente desesperada.

- Como não? Pra que isso tudo agora? Você não é nenhuma criancinha, tem que entender. – Meu pai (ou deveria chamar de monstro) disse tentando amenizar as coisas.

- Ah é, agora eu não sou criança, mas tomar minhas próprias decisões eu não posso.

- É completamente diferente Carina, e você sabe disso. – Disse bravo. – A gente chegou até aqui, você sabia disso desde o começo, o que houve agora?

- Eu pensei que ia te fazer desistir, – uma lágrima se formou – por mim.

- Mas é por você que eu estou fazendo isso! – O olhei firmemente. - Quero dizer, por você também. Estou fazendo isso por nós dois, pela nossa família.

- Família? - Soltei uma risada nasalada. -  A minha acabou depois daquele acidente. Na verdade, uns anos depois dele. – Eu realmente queria que ele se sentisse culpado.

- Não fala isso, por favor. Eu te amo mais que tudo, filha. – Ele levantou-se da cadeira com a intenção de me abraçar, e eu recuei. - É sério, por favor, me dá um abraço ? – Neguei.

- Só se a gente ficar aqui. – Disse. Chantagem emocional a gente se vê por aqui.

- Não faz isso... – ele disse - Já sei. – Sorriu sapeca.

Ele sentou no meu colo e ficou pulando, como uma criança... Mas que criança pesada que meu pai é! Rodrigo Belucci definitivamente era o ser mais idiota do mundo.

Não agüentei, gargalhei alto. Ele era um palhaço! Mas... eu não deveria ter rido, respirei fundo e parei.

- Por favor... – Ele me abraçou - Só estou fazendo isso por que tenho certeza que vai ser melhor, tenho certeza que você vai gostar.

- Como pode ter tanta certeza? – Saí do abraço. - Eu gosto de ficar aqui!

- Eu sou sui pai, sei das coisas... – Mal terminou de falar e foi interrompido pelo som dos altos falantes.

“Atenção senhores passageiros do vôo 473 Rio de Janeiro-Paris...”  bla bla bla, nem me dei ao trabalho de ouvir o resto e suspirei aliviada. Não é o meu.

- Já, já é o nosso – Disse sorrindo. Quase espanquei ele depois dessa.

- Eu não quero que venha nunca. – Coloquei minha cabeça sobre seu ombro enquanto sentia meus olhos marejarem.

Não se passaram nem dez minutos e o desespero preencheu meu corpo.

“Atenção senhores passageiros do vôo 126 com destino ao aeroporto internacional de Los Angeles (LAX), o embarque já poderá ser realizado pelo portão 6. Obrigado por voarem conosco.”  Dizia a voz irritante. E mais irritante ainda por por ser o meu vôo e eu ter que deixar meu lugar. As lágrimas já saiam descontroladamente.

- Eles não vem não é, pai? – Disse entre soluços olhando ao redor me referindo aos meus amigos que disseram que viriam se despedir.

- Não há mais tempo, filha. – Me abraçou forte tentando me confortar.

Levantamos e pegamos os carrinhos com as malas, porém a maioria das coisas já tinham ido pra lá antes. De repente ouviu-se uma grande gritaria. Realmente grande pois o local em si já era muito barulhento. Tinha gente correndo, caindo, esbarrando nas pessoas e gritando. Com minha vista ainda embaçada, não conseguia enxergar bem. Olhei para o lado e meu pai estava sem reação. Só sei que eu fui agarrada, e quase jogada no chão.

Á minha frente estavam Niah, Camilla, Mariah, Lucas e Eric.

- Awnnnnnnnnn, sabia que vocês viriam. – Eu disse.

- Ihh, que mentira! Já tava toda “eles não vem, ai eles não me amam, ai, ui.” – Meu pai disse afetando a voz e abrindo um sorriso.

- Mentiroso! – Rebati - E eu não falo assim!

“Atenção senhores passageiros do vôo 126 com destino ao aeroporto internacional de Los Angeles (LAX), o embarque já poderá ser realizado pelo portão 6. Obrigado por voarem conosco. Chamada 2”

- É o de vocês? – Mariah perguntou.

- Aham - Respondi com tristeza evidente.

- Boooooooooom, mas nós compramos isso! – Lucas abriu uma caixa cheia de cup cakes com os escritos “Feliz Aniversário!”

- Vocês são perfeitos! – Disse dando um abraço em grupo. - Mas não é meu aniversário – Cerrei os olhos.

- É, nos sabemos. Mas na confeitaria não tinha nada escrito “Boa viagem pra California.” – Ele disse rindo.

- Não tinha algo como “Vamos sentir saudades”? – Meu pai perguntou.

- É... não é que tinha mesmo ? – Niah concluiu.

-Ah, larga de ser fresca e finge que teu aniversário. – Eric me deu um leve tapa na cabeça.

- Mas fui eu que escolhi os bolinhos, eram os mais fofos, me agradeça. – Camilla falou e rimos.

Pegamos os cup cakes e comemos um a um, acabaram antes de eu poder piscar os olhos. Estavam realmente deliciosos.

Obrigada Camilla!

Nesse meio tempo que chegaram, já estávamos brincando e rindo. Fala sério, não importa o que digam, eu amo esses retardados.

“Atenção senhores passageiros do vôo 126 com destino ao aeroporto internacional de Los Angeles (LAX), o embarque já poderá ser realizado pelo portão 6. Obrigado por voarem conosco. Chamada 3”

Meu sorriso desmanchou-se em segundos aoo ouvir isso e os deles também.

-Filha, é a ultima chamada. – Meu pai alertou. - Temos que ir. – Ele estava cheio de cobertura rosa ao redor da boca. Ri fraco

-É, eu sei. – Disse sentindo meus olhos arderem.

O silêncio reinou entre nós, mas não era a hora de se falar alguma coisa. Todas já estavam chorando, inclusive Mariah, o que era estranho. Não é como se fossemos melhores amigas para sempre. Não sei ao certo o que eu significava para ela.

Abracei e beijei todos. A dor de fazer isso foi tão grande que só aí eu percebi o quanto aquelas pessoas significavam para mim.

Enquanto caminhávamos ao portão de embarque, os vi indo na direção contrária e me pus a chorar ainda mais. De repente dois braços me envolviam num abraço fraternal. Eric.

- Carin... - Ele começou. - Fica bem tá irmãzinha? Se cuida... e... não faça nenhuma besteira.  Quando as coisas ficarem difíceis, é só você olhar para o céu e a Lua irá iluminar tudo. - Disse num sussurro também chorando. 

A lua. Ela é a lua.

- E-eu, eu te amo Eric. - Disse tentando conter as lágrimas.

- Eu te amo sua chata! - Afagou meus cabelos. - Nós... nós já vamos voltar, tudo bem? Todos nós vamos manter contato e irmos te visitar, ok?

- Carina, Eric... - Meu pai nos chamou - Está na hora. - Ele deu um abraço em meu primo e me puxou pela mão enquanto nós acenávamos. Virei-me novamente, encontrando os olhos de Lucas mais brilhantes que o normal. Ele deu o ultimo aceno, enquanto as meninas amparavam umas as outras.

- Dê adeus a todos por mim, ok primo? - Ele assentiu e forçou um sorriso, limpando as lágrimas, logo passando pelo portão de embarque. Inspirei a maior quantidade de ar que pude, e comecei a andar na direção de meu pai.

- Carina! - Lucas gritou e todos vieram em minha direção. Me esticando consegui dar o último abraço em todos. - Você vai fazer falta. - Ele sorriu de lado.

- Você também. - Sussurrei enquanto o abraçava. Passei o portão, e olhei pelo vidro que agora nos separava. Niah desatava a chorar sentada num banco, Camilla também estava com ela. Eric bebia um copo de água tentando se acalmar. Mariah acenava timidamente com os olhos marejados e Lucas estava de costas... De costas e andando até... Mariah. Pude vê-lo abraça-la de lado, respirei fundo e fechei os olhos, fazendo com que mais lágrimas grossas caíssem. Ela se desfez do abraço e silabou um "me desculpa". Respirei fundo mais uma vez e me virei, até que ouço me chamarem de novo. Virei-me novamente e do outro lado do vidro estava Eric.

- Carina... Eu sei o que você quer fazer - Ele começou, e eu podia ouvi-lo bem, mesmo estando do outro lado da vidraça - Mas não mude... não mude por ninguém, por nada. Tudo vai ficar bem, lembra?

- Desculpa. - Silabei e me virei para meu pai que me esperava. A partir daquele momento tudo iria ser diferente.

Uma nova vida, uma nova eu.

- Continua -

Soo... o primeiro capítulo de novo para vocês, mas com modificações. O que acharam? c:

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Imagine Belieber claro que lembro! foi a primeira a comentar e a única me chamando de guria  hahahah mas cara, para ser sincera, acho que não... essa imagine não é aquela coisa melosa que ficou a sinopse sabe? eu gosto de um toque se mistério ;333