Justin parou de andar me fazendo parar também e me virou para si falando alguma coisa que eu não fiz questão de entender.
Ele já estava sem os óculos e haviam algumas gotículas de chuva em seu rosto. Seu semblante ainda era desesperado, mas eu não entendia o porque, e seu olhar era fixo em mim.
Ele me faz andar para trás, encostando as costas numa grade fria.
A distância entre nossos rostos era mínima e eu podia sentir sua respiração ofegante em contato com a minha pele. Ele apoiou as mãos espalmadas na grade atrás de mim me encurralando e impedindo-me de sair dali. Não que eu realmente quisesse. Naquele ponto eu já não conseguia raciocinar mais.
E então numa atitude inesperada ele acabou com a distância entre nossos lábios.
Ele me beijou.
P.O.V Carina
Seus lábios quentes em contado com os meus frios fizeram cada célula do meu corpo arrepiar mesmo que aquilo não fosse um beijo de verdade. Justin simplesmente pressionara seus lábios contra os meus. Não houve um contato direto. Nossas línguas não haviam se tocado e nossos olhos permaneciam abertos, ainda sim aquilo me trouxe sensações estranhas. Desgrudamos nossos lábios por causa da falta de ar, eu instintivamente olhei para baixo por vergonha ou medo, quem sabe. Quando tomei coragem para olha-lo de novo, Justin levantou meu rosto antes mesmo que eu o fizesse e me beijou de novo. Dessa vez era um beijo caloroso, era um beijo de verdade que me fez ir até o céu e voltar. Ele pediu passagem para sua língua e eu cedi sem remediar. Qualquer vestígio de consciência em mim havia sumido porque mesmo que eu não quisesse admitir eu estava adorando aquilo. Uma de suas mãos continuava em meu rosto e outra apertava minha cintura.
Eu tinha me esquecido de como aquela sensação era boa.
Ah, aquilo era muito bom.
Nossas línguas brigavam deliciosamente. Ele me prensava cada vez mais contra a grade e segurava forte em minha cintura. Instintivamente passei meus braços ao redor de seu pescoço o trazendo mais para perto quando seus lábios foram até a curvatura de meu pescoço e depositaram beijos ali.
Eu não sabia como aquilo estava acontecendo, não sabia o porque, mas eu só tinha certeza de que estava gostando e queria mais e mais daquela sensação. O puxei mais para perto pela nunca, mesmo sem saber porque eu estava fazendo aquilo. A chuva forte que caía sob nós tornava aquele momento mais... incrível. Ok, eu podia odiar aquele garoto, mas não odiava tanto seus lábios perfeitamente simétricos e aveludados. Eu só queria curtir aquele momento. Coisa que eu não faço há muito tempo.
Eu só queria me permitir pelo menos uma vez mesmo que fosse momentâneo.
A maldita falta de ar atacou novamente e desgrudamos nossos lábios, antes de me soltar completamente, Justin mordeu meu lábio inferior e olhou para os lados, mas voltou seu olhar para mim com um sorriso sacana no rosto. Essa é a parte ruim de "curtir o momento". "Como vai ser daqui para frente?" "Como vai ficar nossa relação?" "Vamos continuar nos odiando?" Ele interrompeu meus pensamentos quando se pronunciou pela primeira vez depois do acontecido.
- É, pode se dizer que você não é uma atriz tão ruim assim. - Disse com o mesmo sorriso. Sabe aquele momento que você tá super constrangida e uma pessoa fala algo que você não entende, então só dá uma risadinha e torce para aquilo não ter sido uma pergunta? Então... - Vem, vamos logo antes que eles possam perceber. - Ele disse já andando. Eu continuei parada.
- Eles?
- Os paparazzi, duh. A gente conseguiu despistar eles uma vez, mas não conta com a sorte, porquê se eles verem que o cara que tava se pegando com uma garota no meio da rua sou eu, ai mesmo que eles vão cair em cima e o que era pre despista-los vai dar uma ótima matéria de capa. - Eu ainda estava aérea demais para entender qualquer coisa que ele falava, ou talvez apenas me recusasse a entender. - Mas fala sério, a ideia foi de gênio. Quem ia reparar num casal se engolindo numa rua a noite? Quer dizer, as pessoas normalmente tem vergonha de chegar perto, sabe? Paparazzis nunca adivinhariam. - Ele disse num tom de superioridade e então eu quase cai.
Literalmente.
Me senti fraquejar e meus joelhos cederem, eu teria realmente caído no chão se Justin não tivesse me puxado antes que isso acontecesse.
- O que foi? - Ele perguntou normalmente.
- Nada. - Respondi num fio de voz quase inaudível. - S-só meu pé machucado
Então era simplesmente isso. Foi um beijo para despistar os paparazzis. Ele fez aquilo por obrigação e eu era simplesmente a garota "usada".
Não que aquele beijo tenha significado alguma coisa para mim.
Não que eu esperasse que tenha significado algo para ele.
Mas... é sempre assim. Eu quero dizer; nada nunca dá certo. Quando se trata de Carina Belucci nada é tão simples.
Não que eu tenha tido muitos relacionamentos...
A chuva grossa que caía sob nós, antes complementava aquele momento, agora só me fazia sentir pior. Isso poderia estar acontecendo num momento mais inoportuno? Abracei meu próprio corpo instintivamente e refiz como um coque mal feito o rabo-de-cavalo que estava caindo.
Eu não fui feita para ser amada.
Mas isso não era novidade para ninguém.
(...)
Estava completamente ensopada. Tipo, completamente mesmo. Eu estava apenas com um short e uma blusa, eu quero dizer, então...
Além do mais começara a esfriar. Não pelo fato de começar a fazer frio, realmente, mas porque eu estava completamente molhada e o mínimo de vendo que fazia já incomodava, abraçar o próprio corpo não funcionava tanto assim.
Mas até que aquilo não era tão ruim. Eu sabia que queria chorar, e isso poderia acontecer a qualquer momento. Eu poderia estar morrendo ali e ninguém perceberia, o que era ótimo.
- Eu não posso por causa das tatuagens. - Justin disse do nada.
- Hã? - perguntei. Nós estávamos andando sem dizer uma palavra há alguns minutos e derrepente ele fala alguma coisa nada com nada.
- O casaco. Eu não posso tirar por causa das tatuagens. Os paparazzi reconheceriam. É, eu os odeio. - Tá certo que meu cérebro não tava funcionando normalmente hoje, por motivos de:
- Mas... ahn... bom, se você quiser... dividir. - Ele falou a ultima palavra mais baixo e eu demorei para assimilar aquilo.
- N-não precisa... ahn... eu to bem.
- Ok.
Ok ele havia proposto dividir o casaco com ele. Ok, eu não esperava isso dele. Ok, eu nem sei exatamente como se divide um casaco, só sei que eu realmente estava precisando de alguma coisa que me aquecesse.
- Ahn, Bieber? - Ele sorriu fraco já entendendo o que eu queria. Ele abriu o zíper de seu moletom e então tirou um de seus braços da manga e deu espaço para eu "entrar" ali. Se você acha que eu fiquei com a maior cara de "wtf" você está certíssima.
- Vem logo. - Ele chamou e eu "entrei", colocando meu braço esquerdo na manga esquerda. Ele passou o braço pelas minhas costas me segurando pela cintura por dentro do casaco e eu fiz o mesmo com ele. [n/a: pfvr eu não sou a única que já fez isso não né?¿] Só pra constar, só fizemos isso por que se nossos braços alheios continuassem no meio de nós, o espaço seria ainda menor e o incômodo cresceria. Nós realmente estávamos próximos. Bem próximos.
E eu sei que eu devia estar odiando aquilo, mas...
Bom, eu realmente não quero proferir o que eu to pensando porque isso não é legal.
Aquilo era ótimo.
- Dá pra parar de reclamar? - Justin dizia rolando os olhos. - Eu to cansado disso. De boa, cala a boca, garota. - Disse ríspido.
- A gente já tá andando a quase dez minutos. Meu pé dói e eu to cansada. Fica na sua, Bieber.
- Isso porque você tá andando como uma mula. - Olhei para ele com cara de nada, e respondeu como se fosse óbvio: - Mulas são lerdas. - Revirei os olhos com tamanha idiotice e logo paramos em frente a um carro que deveria ser de Patricia.
Eu não sabia como aquilo estava acontecendo, não sabia o porque, mas eu só tinha certeza de que estava gostando e queria mais e mais daquela sensação. O puxei mais para perto pela nunca, mesmo sem saber porque eu estava fazendo aquilo. A chuva forte que caía sob nós tornava aquele momento mais... incrível. Ok, eu podia odiar aquele garoto, mas não odiava tanto seus lábios perfeitamente simétricos e aveludados. Eu só queria curtir aquele momento. Coisa que eu não faço há muito tempo.
Eu só queria me permitir pelo menos uma vez mesmo que fosse momentâneo.
A maldita falta de ar atacou novamente e desgrudamos nossos lábios, antes de me soltar completamente, Justin mordeu meu lábio inferior e olhou para os lados, mas voltou seu olhar para mim com um sorriso sacana no rosto. Essa é a parte ruim de "curtir o momento". "Como vai ser daqui para frente?" "Como vai ficar nossa relação?" "Vamos continuar nos odiando?" Ele interrompeu meus pensamentos quando se pronunciou pela primeira vez depois do acontecido.
- É, pode se dizer que você não é uma atriz tão ruim assim. - Disse com o mesmo sorriso. Sabe aquele momento que você tá super constrangida e uma pessoa fala algo que você não entende, então só dá uma risadinha e torce para aquilo não ter sido uma pergunta? Então... - Vem, vamos logo antes que eles possam perceber. - Ele disse já andando. Eu continuei parada.
- Eles?
- Os paparazzi, duh. A gente conseguiu despistar eles uma vez, mas não conta com a sorte, porquê se eles verem que o cara que tava se pegando com uma garota no meio da rua sou eu, ai mesmo que eles vão cair em cima e o que era pre despista-los vai dar uma ótima matéria de capa. - Eu ainda estava aérea demais para entender qualquer coisa que ele falava, ou talvez apenas me recusasse a entender. - Mas fala sério, a ideia foi de gênio. Quem ia reparar num casal se engolindo numa rua a noite? Quer dizer, as pessoas normalmente tem vergonha de chegar perto, sabe? Paparazzis nunca adivinhariam. - Ele disse num tom de superioridade e então eu quase cai.
Literalmente.
Me senti fraquejar e meus joelhos cederem, eu teria realmente caído no chão se Justin não tivesse me puxado antes que isso acontecesse.
- O que foi? - Ele perguntou normalmente.
- Nada. - Respondi num fio de voz quase inaudível. - S-só meu pé machucado
Então era simplesmente isso. Foi um beijo para despistar os paparazzis. Ele fez aquilo por obrigação e eu era simplesmente a garota "usada".
Não que aquele beijo tenha significado alguma coisa para mim.
Não que eu esperasse que tenha significado algo para ele.
Mas... é sempre assim. Eu quero dizer; nada nunca dá certo. Quando se trata de Carina Belucci nada é tão simples.
Não que eu tenha tido muitos relacionamentos...
A chuva grossa que caía sob nós, antes complementava aquele momento, agora só me fazia sentir pior. Isso poderia estar acontecendo num momento mais inoportuno? Abracei meu próprio corpo instintivamente e refiz como um coque mal feito o rabo-de-cavalo que estava caindo.
Eu não fui feita para ser amada.
Mas isso não era novidade para ninguém.
(...)
Estava completamente ensopada. Tipo, completamente mesmo. Eu estava apenas com um short e uma blusa, eu quero dizer, então...
Além do mais começara a esfriar. Não pelo fato de começar a fazer frio, realmente, mas porque eu estava completamente molhada e o mínimo de vendo que fazia já incomodava, abraçar o próprio corpo não funcionava tanto assim.
Mas até que aquilo não era tão ruim. Eu sabia que queria chorar, e isso poderia acontecer a qualquer momento. Eu poderia estar morrendo ali e ninguém perceberia, o que era ótimo.
- Eu não posso por causa das tatuagens. - Justin disse do nada.
- Hã? - perguntei. Nós estávamos andando sem dizer uma palavra há alguns minutos e derrepente ele fala alguma coisa nada com nada.
- O casaco. Eu não posso tirar por causa das tatuagens. Os paparazzi reconheceriam. É, eu os odeio. - Tá certo que meu cérebro não tava funcionando normalmente hoje, por motivos de:
- Roubei o carro do Bieber;
- Aceitei voltar pra pegar o carro da mãe dele;
- Discuti com bêbados;
- beijei o Bieber;
- fiquei mal pelo motivo 4.
- Mas... ahn... bom, se você quiser... dividir. - Ele falou a ultima palavra mais baixo e eu demorei para assimilar aquilo.
- N-não precisa... ahn... eu to bem.
- Ok.
Ok ele havia proposto dividir o casaco com ele. Ok, eu não esperava isso dele. Ok, eu nem sei exatamente como se divide um casaco, só sei que eu realmente estava precisando de alguma coisa que me aquecesse.
- Ahn, Bieber? - Ele sorriu fraco já entendendo o que eu queria. Ele abriu o zíper de seu moletom e então tirou um de seus braços da manga e deu espaço para eu "entrar" ali. Se você acha que eu fiquei com a maior cara de "wtf" você está certíssima.
- Vem logo. - Ele chamou e eu "entrei", colocando meu braço esquerdo na manga esquerda. Ele passou o braço pelas minhas costas me segurando pela cintura por dentro do casaco e eu fiz o mesmo com ele. [n/a: pfvr eu não sou a única que já fez isso não né?¿] Só pra constar, só fizemos isso por que se nossos braços alheios continuassem no meio de nós, o espaço seria ainda menor e o incômodo cresceria. Nós realmente estávamos próximos. Bem próximos.
E eu sei que eu devia estar odiando aquilo, mas...
Bom, eu realmente não quero proferir o que eu to pensando porque isso não é legal.
Aquilo era ótimo.
[...]
- A gente já tá andando a quase dez minutos. Meu pé dói e eu to cansada. Fica na sua, Bieber.
- Isso porque você tá andando como uma mula. - Olhei para ele com cara de nada, e respondeu como se fosse óbvio: - Mulas são lerdas. - Revirei os olhos com tamanha idiotice e logo paramos em frente a um carro que deveria ser de Patricia.
P.O.V Justin
Quando destravei o carro de minha mãe, Carina simplesmente entrara no banco do motorista.
- O que você pensa que tá fazendo? - Ela revirou os olhos e soltou uma risada sarcástica.
- Oh Bieber, não sabia que você pode dirigir dois carros ao mesmo tempo. - A xinguei mentalmente e entrei contrariado no banco do passageiro.
- Olha, você tem que me deixar uma esquina antes, na rua de trás e depois você pode ir.
- É que eu não conheço muito bem aqui... - Ela respondeu.
- Você não conhece LA? Em que mundo você vive?
- No mundo Brasileiro. - Respondeu sorrindo forçadamente.
- O que? VOCÊ é brasileira? - Vocês sabem como as garotas brasileiras são famosas??? E eu tinha ficado, mesmo que falsamente com uma brasileira!!!!!! A analisei de cima a baixo, demorando um tempo a mais em seu busto e suas pernas desnudas.
- Sim... - Respondeu. Sabe, ela não parecia exatamente com a minha idealização de brasileira fora o sotaque e seu bronzeado, eu quero dizer, podia ser só uma americana mais gostosa que o normal.
- Tá, então você me espera e depois me segue. - Ela assentiu enquanto eu tirava o moletom e o boné, e como com certeza haviam paparazzis no local, eu não tinha que ficar tão irreconhecível. Afinal, se eu tivesse com a mesma roupa podiam ver que era eu o cara que tava pegando a garota... - Ei ei ei ei. Pode parar aqui. - Pedi e ela estacionou agilmente com duas rodas na calçada. - Eu vou voltar com o carro por aqui, e então você vai me seguir.
Saí do carro e andei por tês minutos exatos até a rua onde o carro estava estacionado. Não tinha nenhum paparazzi apostos ali, pelo menos não que eu tivesse vendo. Logo quando liguei o motor e manobrei para voltar, ouvi um burburinho do tipo "O BIEBER TÁ SAINDO, TIREM FOTOS SEUS INÚTEIS, FOTOS!"
E então logo eu estava na rua que Carina estava estacionada. Sim, eu estava com medo do que ela pudesse fazer com o carro da minha mãe, mas no meu carro ela não toca nunca mais, então desculpa mãe.
Logo ela me seguia.
E eu preciso ressaltar que odeio paparazzis. Odeio muito. Quer dizer, se eles tirassem fotos de mim com a Carina eu e ela estaríamos ferrados. Quer dizer, eu não to preocupado com ela, mas seria uma sacanagem ela também perder a privacidade. Além do mais não quero ninguém famosinho as minhas custas, até porque esse namorinho da minha mãe e daquele cara não vai durar muito.
E eu ainda tive que beija-la.
BEIJA-LA!
Eu não queria isso...
Não que eu tivesse gostado.
Eu sou fiel a minha namorada, eu quero dizer.
E eu só fiz aquilo para despistar os paparazzi.
Primeiro eu tinha apenas selado nossos lábios, mas... eu SÓ aprofundei o beijo porquê... ahn... você sabe, ficaria algo artificial.
Tudo bem que demoramos mais do que o necessário naquele beijo, mas bom... foi bem real.
Real até demais.
As ruas estavam praticamente desertas, como era de se esperar em plena quatro da madrugada, Carina vinha logo atrás de mim, e as vezes me ultrapassava, o que me dava raiva. Não era ela que não conhecia a cidade? Argh.
Quando paramos num sinal, fiz menção para que ela abrisse a janela e disse que pegaríamos um atalho para chegar mais cedo. Ela assentiu e saiu - antes de mim. - quando o sinal abriu novamente. Qual parte do "me segue" ela não entendeu?
Logo ela diminuiu a velocidade e estava atrás/ao meu lado, e logo também já estávamos numa daquelas ruas que eu havia deixado-a ontem. Não era a mesma rua, era um caminho mais curto, porém como partes dela ainda são de areia, eu quero dizer, não são asfaltadas, poucas pessoas usam. Logicamente dirigir na areia era mais difícil e perigoso, e após realizar uma curva não muito fácil, me preocupei com a situação de Carina. Quando olhei pelo retrovisor e não a vi, freei bruscamente no meio da rua.
PUTA MERDA.
Sabe quando você meio que leva um choque e fica desesperado? E sabe quando o desespero vira ódio da pessoa que te deixou assim?
Foi exatamente isso que senti quando vi que Carina estava não atrás, mas na minha frente. Bem a frente diga-se de passagem. Sua velocidade estava extremamente alta para alguém que não está dirigindo nua rua asfaltada.
Quando viu que eu havia parado, fez um gesto com a mão como se perguntasse o que aconteceu e diminuiu a velocidade. Suspirei aliviado e recostei o tronco no banco e acelerei ficando do seu lado.
- O que foi? - Ela perguntou relativamente alto devida a distância que estávamos.
- Você é maluca mesmo né? ESTAMOS NUMA ESTRADA, você vai derrapar! É AREIA CARINA, NÃO É ASFALTO. - Usei um tom severo e ela riu.
- Oh Bieber, não se preocupe comigo, essa é a minha especialidade. - Ela disse e pisou no acelerador, me deixando para trás. Bati no volante e acelerei também.
A gente só teria que seguir a estrada. Não teriam retornos ou ruas complementares, era só seguir reto. - Ou nem tanto assim por que aquilo era cheio de curvas.
A situação estava realmente me irritando, ela estava na frente, obviamente eu teria que estar na frente. Ela corria e eu tinha medo de acelerar muito por não estar seguro, e mesmo assim ela nunca derrapava, já eu, mesmo estando numa velocidade - bem - menor, já havia feito isso algumas vezes. Ela acelerava nas curvas. ACELERAVA. E nunca acontecia nada. Já comigo, mesmo quando eu diminuía a velocidade tinha medo de causar algum acidente. NÃO ENSINAM ISSO NA AUTO-ESCOLA, OK? E eu tinha meu orgulho que estava um pouco ferido com isso.
Carina sorria genuinamente, ás vezes soltava algumas gargalhadas ao ver minha expressão nada satisfeita pelo retrovisor. Mesmo com a chuva - agora mais rala - caindo, ela continuava com a janela aberta fazendo que seus longos fios voassem.
Quando estávamos prestes a sair daquela estrada e ir para a avenida principal me pus ao seu lado e soltei um "Agora estamos na minha área, gatinha. É só me seguir." Ela revirou os olhos.
Ok, eu precisava dizer isso, meu orgulho estava ferido e eu estava retomando a frente daquilo.
- Olha, você dirigir o rancho dos seus avós, ou no sítio da família tudo bem, mas nós estamos em LOS ANGELES, você tem noção que você poderia até ser presa?
- Mas não fui, e ai?
- Então assim que você tá vivendo agora? Vivendo o momento? Ações trazem consequências, Carina, e você sempre pareceu saber disso.
- Eu não podia deixar barato. Eu nunca, nunca gostei dele e você trás essa coisa pra dentro de casa. Você com certeza é o melhor pai do mundo.
- Carina, a Pattie...
- Não me importa o que ela é para você ok? A única coisa que me importa é o fato de eu querer sair daqui e nunca mais olhar pra cara de ninguém nessa casa.
- CARINA, NÃO FALE ASSIM! VOCÊ ESTÁ BEM ENCRENCADA. MAS PRIMEIRO VOCÊ VAI DESCER E PEDIR DESCULPAS PARA O BIEBER... DIGO, JUSTIN. - Soltei uma risada alta.
- Vai sonhando. - Disse e encarei minhas unhas numa tentativa de mostrar que eu estava neutra e não ligava para o que estava acontecendo.
- Vem. - Ele me puxou pelo braço e desceu escada a baixo comigo.
Patricia estava em pé bebendo um copo de água e Justin estava sentado num das cadeiras altas da bancada mexendo em seu iPhone.
- Diga Carina, fala o que você tem que dizer para o Justin. - Eu respirei fundo e fechei meus olhos.
- E aí? - eu disse fazendo o sinal de paz com uma mão e sentei relaxadamente no sofá, colocando os dois pés na mesinha de centro. Meu pai e Patricia me olharam perplexos e Justin me encarava com a sobrancelha arqueada e um sorriso sarcástico nos lábios. Até eu estava meio assustada comigo mesmo.
- Carina! - Meu pai me repreendeu.
- Se você acha que eu vou pedir desculpas pra esse babaca você tá muito enganado.
- Não fala assim com ele. - Meu pai interviu.
- Haha. Realmente é muito para o pequeno Justin aguentar não é? Principalmente vindo da empregada, pois é esse o apelido carinhoso que o pop star revoltado me deu.
- Isso é sério Justin? - Patricia perguntou.
- Grande coisa para quem me chama de viado. - Justin disse levantando-se do banco.
- Você fala como se não fosse um. - Falei enquanto me levantava também. Ele estava me encarando com raiva o olhar e logo já estávamos frente a frente.
- Eu ainda preciso provar isso depois de ontem? - Ele disse próximo ao meu ouvido.
- Falando em ontem... - Eu disse mais alto para que todos ouvissem e me afastei antes que perdesse os sentidos - Como você chegou lá, hein Justin?
- Você não vai nem se dar ao trabalho de negar? - Ele disse com a resposta na ponta da língua.
- Não, definitivamente não. - Sorri falsa. - Mas e se fosse um criminoso armado roubando seu carro Justin? Você sabe, você tentou reagir... isso é muito perigoso, tsc tsc tsc. - Disse sínica. - Ainda mais quando você pega o carro da sua mãe para fazer isso. - Disse e ele se engasgou com a própria saliva. Yeah!
- N-n-não, - Sorriu nervoso. - ESSA GAROTA É MALUCA! ELA NÃO SABE O QUE TÁ FALANDO. - Ele disse elevando o tom de voz.
- AH É? POIS EU ME LEMBRO MUITO BEM DE SER OBRIGADA A ACORDAR ONTEM ÁS TRÊS DA MANHÃ PARA TE AJUDAR A "RESGATAR" O CARRO DELA LÁ PERTO DO LETREIRO DE HOLLYWOOD. - Disse sem dar espaço para que meu pai ou Patricia falassem alguma coisa. Ele arregalou os olhos e abriu a boca algumas vezes, mas não proferiu nenhum som. É, eu não tenho nada a perder mesmo.
- EU J-JÁ FALEI, ELA É DOIDA! NÃO ACREDITEM NELA! - Ele sorriu como se tivesse tido uma ideia. - POR QUE VOCÊS ACREDITARIAM NA GAROTA QUE ME DEU UMA SURRA QUANDO EU CHEGUEI AQUI?? - Ah não acredito. - VOCÊ LEMBRA, MÃE? VOCÊ LEMBRA QUE EU ESTAVA CAÍDO NO CHÃO DA COZINHA? ENTÃO, VOCÊ JÁ SABE O PORQUE NÃO É? - Fiquei perplexa porque eu não tinha mais cartas na manga, mas eu não ia deixar barato.
- VOCÊ ADMITE QUE LEVOU UMA SURRA DE UMA GAROTA E DEPOIS NÃO QUER SER CHAMADO DE GAY NÃO É, BIEBER? VOCÊ É ENGRAÇADO!
- CHEGA!!!!!! - Patricia (?) gritou mais alto que todo mundo. - OS DOIS ESTÃO DE CASTIGO, E OS DOIS VÃO FAZER TERAPIA. TÁ DECIDIDO.
- Você não é minha mãe, você não é nem da minha família! Você não pode decidir nada por mim! - Disse me ponto frente a frente com ela.
- CARINA, CHEGA! VOCÊ VAI ACATAR TUDO O QUE PATRICIA FALAR! VOCÊ TÁ DE CASTIGO, E SIM, VAI FAZER... AHN... ISSO QUE ELA FALOU. ELA NUNCA FARIA NENHUM MAL A VOCÊ. E AGORA, SENTA AI! - Disse apontando para o sofá. - E VOCÊ TAMBÉM JUSTIN.
- Faço dela as minhas palavras, você não é meu pai, você não é da minha família e eu já sou maior de idade e posso decidir o que quero e o que não quero fazer!
- SENTA AI AGORA JUSTIN DREW BIEBER!- Patricia falou pausadamente fazendo Justin engolir o que tinha dito. - É verdade que você pegou o carro dele sem permissão? - Patricia perguntou pra mim.
- Sim, mas... - ela me interrompeu.
- Sem mais. - Ela disse e eu a encarei com a sobrancelha arqueada, mas não me atrevi dizer nada.
- E é verdade que você a tratava como empregada? - Patricia perguntou dessa vez para Justin.
- N-nã... - o interrompi.
- SIM! - Eu disse e Patricia me fuzilou com o olhar.
- Justin?
- Tá, ok. Talvez, quem sabe, sim. - Ele bufou.
- E é verdade que você o chamava de gay?
- Sim.
- Hm, e é verdade também Carina, que você bateu nele?
- Bom, sim.
- E Justin? - ela arregalou os olhos por alguns segundos. -A Carina disse que você pegou o... meu carro! VOCÊ PEGOU O MEU CARRO?
- C-Claro que não!
- SIM! COMO VOCÊ PODE TER A CARA DE PAU DE NEGAR? - Perguntei exaltada.
- Você tem provas? - Ele perguntou erguendo uma sobrancelha. VAGABUNDO!
- N-não, mas...
- Mais nada. Agora eu já posso ir?
- Sabe Carina, se fosse a... qual foi o termo mesmo que você usou? Ah, a antiga Carina eu até acreditaria, mas como você já "não é mais a mesma" - Meu pai fez aspas com os dedos - eu já não sei. Ah, e eu pensei num castigo perfeito... você não vai poder mais tirar a carta de habilitação até eu decidir que pode... - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - Vai ser assim até você mudar essas suas atitudes. Sem carros, sem sair... é. Já está bom.
- ENTÃO É SÓ ISSO? ELA ME BATE, ME XINGA, ROUBA MEU CARRO E SÓ FICA SEM TIRAR A CARTEIRA?
- CALA A BOCA PORQUE VOCÊ NÃO SABE DE NADA, VOCÊ NÃO TÁ ENTENDENDO A GRAVIDADE DISSO, GAROTO!
- E você, Justin... eu sei que não posso mais de botar de castigo, MAS eu posso tirar seus cartões. - Patricia sorriu da mesma maneira que meu pai. - E os dois farão terapia para aprenderem a conviver. Fim de papo.
- NÃO, NÃO. EU NÃO VOU FICAR SEM MEUS CARTÕES OU SEM MEU DINHEIRO. EU TRABALHO POR TANTO O DINHEIRO É MEU.
- Seu dinheiro não é completamente seu até os 21 anos, Justin. - Patricia disse calmamente.
- Agora subam cada um para o seu quarto! - Meu pai disse. Subi a escada pisando forte e Bieber veio logo atrás de mim.
- Eu te odeio, Bieber.
- Não tanto quanto eu. - Sorriu sínico. - Além do mais... belo casaco Carina. - Naquele momento eu não sabia se enfiava minha cabeça num buraco ou o xingava. Como não tinha nenhum buraco ali, optei pela segunda opção.
- Você é um filho da... - E antes que eu pudesse terminar a frase, ele fechou a porta.
Na minha cara.
- O que você pensa que tá fazendo? - Ela revirou os olhos e soltou uma risada sarcástica.
- Oh Bieber, não sabia que você pode dirigir dois carros ao mesmo tempo. - A xinguei mentalmente e entrei contrariado no banco do passageiro.
- Olha, você tem que me deixar uma esquina antes, na rua de trás e depois você pode ir.
- É que eu não conheço muito bem aqui... - Ela respondeu.
- Você não conhece LA? Em que mundo você vive?
- No mundo Brasileiro. - Respondeu sorrindo forçadamente.
- O que? VOCÊ é brasileira? - Vocês sabem como as garotas brasileiras são famosas??? E eu tinha ficado, mesmo que falsamente com uma brasileira!!!!!! A analisei de cima a baixo, demorando um tempo a mais em seu busto e suas pernas desnudas.
- Sim... - Respondeu. Sabe, ela não parecia exatamente com a minha idealização de brasileira fora o sotaque e seu bronzeado, eu quero dizer, podia ser só uma americana mais gostosa que o normal.
- Tá, então você me espera e depois me segue. - Ela assentiu enquanto eu tirava o moletom e o boné, e como com certeza haviam paparazzis no local, eu não tinha que ficar tão irreconhecível. Afinal, se eu tivesse com a mesma roupa podiam ver que era eu o cara que tava pegando a garota... - Ei ei ei ei. Pode parar aqui. - Pedi e ela estacionou agilmente com duas rodas na calçada. - Eu vou voltar com o carro por aqui, e então você vai me seguir.
Saí do carro e andei por tês minutos exatos até a rua onde o carro estava estacionado. Não tinha nenhum paparazzi apostos ali, pelo menos não que eu tivesse vendo. Logo quando liguei o motor e manobrei para voltar, ouvi um burburinho do tipo "O BIEBER TÁ SAINDO, TIREM FOTOS SEUS INÚTEIS, FOTOS!"
E então logo eu estava na rua que Carina estava estacionada. Sim, eu estava com medo do que ela pudesse fazer com o carro da minha mãe, mas no meu carro ela não toca nunca mais, então desculpa mãe.
Logo ela me seguia.
E eu preciso ressaltar que odeio paparazzis. Odeio muito. Quer dizer, se eles tirassem fotos de mim com a Carina eu e ela estaríamos ferrados. Quer dizer, eu não to preocupado com ela, mas seria uma sacanagem ela também perder a privacidade. Além do mais não quero ninguém famosinho as minhas custas, até porque esse namorinho da minha mãe e daquele cara não vai durar muito.
E eu ainda tive que beija-la.
BEIJA-LA!
Eu não queria isso...
Não que eu tivesse gostado.
Eu sou fiel a minha namorada, eu quero dizer.
E eu só fiz aquilo para despistar os paparazzi.
Primeiro eu tinha apenas selado nossos lábios, mas... eu SÓ aprofundei o beijo porquê... ahn... você sabe, ficaria algo artificial.
Tudo bem que demoramos mais do que o necessário naquele beijo, mas bom... foi bem real.
Real até demais.
[...]
As ruas estavam praticamente desertas, como era de se esperar em plena quatro da madrugada, Carina vinha logo atrás de mim, e as vezes me ultrapassava, o que me dava raiva. Não era ela que não conhecia a cidade? Argh.
Quando paramos num sinal, fiz menção para que ela abrisse a janela e disse que pegaríamos um atalho para chegar mais cedo. Ela assentiu e saiu - antes de mim. - quando o sinal abriu novamente. Qual parte do "me segue" ela não entendeu?
Logo ela diminuiu a velocidade e estava atrás/ao meu lado, e logo também já estávamos numa daquelas ruas que eu havia deixado-a ontem. Não era a mesma rua, era um caminho mais curto, porém como partes dela ainda são de areia, eu quero dizer, não são asfaltadas, poucas pessoas usam. Logicamente dirigir na areia era mais difícil e perigoso, e após realizar uma curva não muito fácil, me preocupei com a situação de Carina. Quando olhei pelo retrovisor e não a vi, freei bruscamente no meio da rua.
PUTA MERDA.
Sabe quando você meio que leva um choque e fica desesperado? E sabe quando o desespero vira ódio da pessoa que te deixou assim?
Foi exatamente isso que senti quando vi que Carina estava não atrás, mas na minha frente. Bem a frente diga-se de passagem. Sua velocidade estava extremamente alta para alguém que não está dirigindo nua rua asfaltada.
Quando viu que eu havia parado, fez um gesto com a mão como se perguntasse o que aconteceu e diminuiu a velocidade. Suspirei aliviado e recostei o tronco no banco e acelerei ficando do seu lado.
- O que foi? - Ela perguntou relativamente alto devida a distância que estávamos.
- Você é maluca mesmo né? ESTAMOS NUMA ESTRADA, você vai derrapar! É AREIA CARINA, NÃO É ASFALTO. - Usei um tom severo e ela riu.
- Oh Bieber, não se preocupe comigo, essa é a minha especialidade. - Ela disse e pisou no acelerador, me deixando para trás. Bati no volante e acelerei também.
A gente só teria que seguir a estrada. Não teriam retornos ou ruas complementares, era só seguir reto. - Ou nem tanto assim por que aquilo era cheio de curvas.
A situação estava realmente me irritando, ela estava na frente, obviamente eu teria que estar na frente. Ela corria e eu tinha medo de acelerar muito por não estar seguro, e mesmo assim ela nunca derrapava, já eu, mesmo estando numa velocidade - bem - menor, já havia feito isso algumas vezes. Ela acelerava nas curvas. ACELERAVA. E nunca acontecia nada. Já comigo, mesmo quando eu diminuía a velocidade tinha medo de causar algum acidente. NÃO ENSINAM ISSO NA AUTO-ESCOLA, OK? E eu tinha meu orgulho que estava um pouco ferido com isso.
Carina sorria genuinamente, ás vezes soltava algumas gargalhadas ao ver minha expressão nada satisfeita pelo retrovisor. Mesmo com a chuva - agora mais rala - caindo, ela continuava com a janela aberta fazendo que seus longos fios voassem.
Quando estávamos prestes a sair daquela estrada e ir para a avenida principal me pus ao seu lado e soltei um "Agora estamos na minha área, gatinha. É só me seguir." Ela revirou os olhos.
Ok, eu precisava dizer isso, meu orgulho estava ferido e eu estava retomando a frente daquilo.
[...]
P.O.V Carina
Acordei com um burburinho alto demais para o horário, eram 11:03 e eu havia ido dormir 4:40 da madrugada, é.
Logo começaram a bater freneticamente na porta e eu estava apenas de roupas íntimas, o que não era muito oportuno.
- CARINA, ABRE ESSA PORTA! - Meu pai gritava e aumentava o ritmo das batidas. Naquele momento eu gelei. Não pode ser. Aquele garoto não podia ter sido tão ingrato a esse ponto.
- Eu j-já vou. - Gaguejei e ele continuava a bater.
- Calma Rodrigo. - Eu pude ouvir a voz de Patricia. - Não podemos ser precipitados.
- Abre isso logo Carina!
- Eu to... no banheiro. - Eu disse e realmente entrei no banheiro. Lavei meu rosto e minha boca me preparando psicologicamente para o que estava por vir. Eu sabia o que aconteceria agora. É só ligar os pontos. Peguei um moletom alguns tamanhos maior que eu, que cobria até o início de minhas coxas e fiz um coque desajeitado. Antes de encostar na fechadura respirei fundo sabendo o que estava por vir e forcei um sorriso sínico. Essa era apenas a nova Carina. Ela não se importa com brigas, ela não tem medo. Eu não tenho medo. Não posso ter.
- Bom dia pra você também pai. - Forcei um sorriso sarcástico.
- O que aconteceu com você, Carina? EU CONFIEI EM VOCÊ E VOCÊ FAZ ISSO!
- Hm, você entra no meu quarto gritando e me acusando de coisas que eu nem sei o que são em plena manhã. - Soltei uma risadinha. - Que legal hein.
- Você sabe muito bem do que eu to falando garota!
- É, talvez eu realmente saiba, mas e daí? - Ele fechou os olhos e respirou fundo.
- Quando você se tornou assim?
- Assim como?
- Fria, Carina. Eu não vejo o brilho nos seus olhos, não vejo felicidade genuína. Não vejo amor nas suas atitudes. - Soltei uma risada nasalada negando com a cabeça.
- Você estava longe demais pra perceber, não é? - Disse amargurada.
- Carina... - Ele ia falar, porém eu o interrompi.
- Eu sei, eu sei. E eu entendo. Mas agora essa sou eu, eu apenas me tornei o que todo ser humano é.
- Você sempre foi humana e nunca agiu desse jeito.
- Eu sempre vivi, agora eu sobrevivo. E se acostume.
- Eu te amo filha.
- Ok, mas você não veio aqui pra falar disso né? Ande logo, começa a brigar e tudo mais. Não tenho todo o tempo do mundo.
- É disso que eu to falando. - Ele sorriu triste e negou com a cabeça. - Por que você faz aquilo?
- O que?
- Você sabe...
- Olha só pai, eu simplesmente não ia deixar que ele continuasse achando que ele é o rei da cocada só porquê tem o rostinho estampado em revistas adolescentes. Eu não vou deixar que ele continue achando que é melhor do que QUALQUER um aqui.
- Tá, e ai você rouba o carro dele? Carina, você tem noção de que você ao menos tem carteira de motorista?
- Como se isso me impedisse de alguma coisa...- Olha, você dirigir o rancho dos seus avós, ou no sítio da família tudo bem, mas nós estamos em LOS ANGELES, você tem noção que você poderia até ser presa?
- Mas não fui, e ai?
- Então assim que você tá vivendo agora? Vivendo o momento? Ações trazem consequências, Carina, e você sempre pareceu saber disso.
- Eu não podia deixar barato. Eu nunca, nunca gostei dele e você trás essa coisa pra dentro de casa. Você com certeza é o melhor pai do mundo.
- Carina, a Pattie...
- Não me importa o que ela é para você ok? A única coisa que me importa é o fato de eu querer sair daqui e nunca mais olhar pra cara de ninguém nessa casa.
- CARINA, NÃO FALE ASSIM! VOCÊ ESTÁ BEM ENCRENCADA. MAS PRIMEIRO VOCÊ VAI DESCER E PEDIR DESCULPAS PARA O BIEBER... DIGO, JUSTIN. - Soltei uma risada alta.
- Vai sonhando. - Disse e encarei minhas unhas numa tentativa de mostrar que eu estava neutra e não ligava para o que estava acontecendo.
- Vem. - Ele me puxou pelo braço e desceu escada a baixo comigo.
Patricia estava em pé bebendo um copo de água e Justin estava sentado num das cadeiras altas da bancada mexendo em seu iPhone.
- Diga Carina, fala o que você tem que dizer para o Justin. - Eu respirei fundo e fechei meus olhos.
- E aí? - eu disse fazendo o sinal de paz com uma mão e sentei relaxadamente no sofá, colocando os dois pés na mesinha de centro. Meu pai e Patricia me olharam perplexos e Justin me encarava com a sobrancelha arqueada e um sorriso sarcástico nos lábios. Até eu estava meio assustada comigo mesmo.
- Carina! - Meu pai me repreendeu.
- Se você acha que eu vou pedir desculpas pra esse babaca você tá muito enganado.
- Não fala assim com ele. - Meu pai interviu.
- Haha. Realmente é muito para o pequeno Justin aguentar não é? Principalmente vindo da empregada, pois é esse o apelido carinhoso que o pop star revoltado me deu.
- Isso é sério Justin? - Patricia perguntou.
- Grande coisa para quem me chama de viado. - Justin disse levantando-se do banco.
- Você fala como se não fosse um. - Falei enquanto me levantava também. Ele estava me encarando com raiva o olhar e logo já estávamos frente a frente.
- Eu ainda preciso provar isso depois de ontem? - Ele disse próximo ao meu ouvido.
- Falando em ontem... - Eu disse mais alto para que todos ouvissem e me afastei antes que perdesse os sentidos - Como você chegou lá, hein Justin?
- Você não vai nem se dar ao trabalho de negar? - Ele disse com a resposta na ponta da língua.
- Não, definitivamente não. - Sorri falsa. - Mas e se fosse um criminoso armado roubando seu carro Justin? Você sabe, você tentou reagir... isso é muito perigoso, tsc tsc tsc. - Disse sínica. - Ainda mais quando você pega o carro da sua mãe para fazer isso. - Disse e ele se engasgou com a própria saliva. Yeah!
- N-n-não, - Sorriu nervoso. - ESSA GAROTA É MALUCA! ELA NÃO SABE O QUE TÁ FALANDO. - Ele disse elevando o tom de voz.
- AH É? POIS EU ME LEMBRO MUITO BEM DE SER OBRIGADA A ACORDAR ONTEM ÁS TRÊS DA MANHÃ PARA TE AJUDAR A "RESGATAR" O CARRO DELA LÁ PERTO DO LETREIRO DE HOLLYWOOD. - Disse sem dar espaço para que meu pai ou Patricia falassem alguma coisa. Ele arregalou os olhos e abriu a boca algumas vezes, mas não proferiu nenhum som. É, eu não tenho nada a perder mesmo.
- EU J-JÁ FALEI, ELA É DOIDA! NÃO ACREDITEM NELA! - Ele sorriu como se tivesse tido uma ideia. - POR QUE VOCÊS ACREDITARIAM NA GAROTA QUE ME DEU UMA SURRA QUANDO EU CHEGUEI AQUI?? - Ah não acredito. - VOCÊ LEMBRA, MÃE? VOCÊ LEMBRA QUE EU ESTAVA CAÍDO NO CHÃO DA COZINHA? ENTÃO, VOCÊ JÁ SABE O PORQUE NÃO É? - Fiquei perplexa porque eu não tinha mais cartas na manga, mas eu não ia deixar barato.
- VOCÊ ADMITE QUE LEVOU UMA SURRA DE UMA GAROTA E DEPOIS NÃO QUER SER CHAMADO DE GAY NÃO É, BIEBER? VOCÊ É ENGRAÇADO!
- CHEGA!!!!!! - Patricia (?) gritou mais alto que todo mundo. - OS DOIS ESTÃO DE CASTIGO, E OS DOIS VÃO FAZER TERAPIA. TÁ DECIDIDO.
- Você não é minha mãe, você não é nem da minha família! Você não pode decidir nada por mim! - Disse me ponto frente a frente com ela.
- CARINA, CHEGA! VOCÊ VAI ACATAR TUDO O QUE PATRICIA FALAR! VOCÊ TÁ DE CASTIGO, E SIM, VAI FAZER... AHN... ISSO QUE ELA FALOU. ELA NUNCA FARIA NENHUM MAL A VOCÊ. E AGORA, SENTA AI! - Disse apontando para o sofá. - E VOCÊ TAMBÉM JUSTIN.
- Faço dela as minhas palavras, você não é meu pai, você não é da minha família e eu já sou maior de idade e posso decidir o que quero e o que não quero fazer!
- SENTA AI AGORA JUSTIN DREW BIEBER!- Patricia falou pausadamente fazendo Justin engolir o que tinha dito. - É verdade que você pegou o carro dele sem permissão? - Patricia perguntou pra mim.
- Sim, mas... - ela me interrompeu.
- Sem mais. - Ela disse e eu a encarei com a sobrancelha arqueada, mas não me atrevi dizer nada.
- E é verdade que você a tratava como empregada? - Patricia perguntou dessa vez para Justin.
- N-nã... - o interrompi.
- SIM! - Eu disse e Patricia me fuzilou com o olhar.
- Justin?
- Tá, ok. Talvez, quem sabe, sim. - Ele bufou.
- E é verdade que você o chamava de gay?
- Sim.
- Hm, e é verdade também Carina, que você bateu nele?
- Bom, sim.
- E Justin? - ela arregalou os olhos por alguns segundos. -A Carina disse que você pegou o... meu carro! VOCÊ PEGOU O MEU CARRO?
- C-Claro que não!
- SIM! COMO VOCÊ PODE TER A CARA DE PAU DE NEGAR? - Perguntei exaltada.
- Você tem provas? - Ele perguntou erguendo uma sobrancelha. VAGABUNDO!
- N-não, mas...
- Mais nada. Agora eu já posso ir?
- Sabe Carina, se fosse a... qual foi o termo mesmo que você usou? Ah, a antiga Carina eu até acreditaria, mas como você já "não é mais a mesma" - Meu pai fez aspas com os dedos - eu já não sei. Ah, e eu pensei num castigo perfeito... você não vai poder mais tirar a carta de habilitação até eu decidir que pode... - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - Vai ser assim até você mudar essas suas atitudes. Sem carros, sem sair... é. Já está bom.
- ENTÃO É SÓ ISSO? ELA ME BATE, ME XINGA, ROUBA MEU CARRO E SÓ FICA SEM TIRAR A CARTEIRA?
- CALA A BOCA PORQUE VOCÊ NÃO SABE DE NADA, VOCÊ NÃO TÁ ENTENDENDO A GRAVIDADE DISSO, GAROTO!
- E você, Justin... eu sei que não posso mais de botar de castigo, MAS eu posso tirar seus cartões. - Patricia sorriu da mesma maneira que meu pai. - E os dois farão terapia para aprenderem a conviver. Fim de papo.
- NÃO, NÃO. EU NÃO VOU FICAR SEM MEUS CARTÕES OU SEM MEU DINHEIRO. EU TRABALHO POR TANTO O DINHEIRO É MEU.
- Seu dinheiro não é completamente seu até os 21 anos, Justin. - Patricia disse calmamente.
- Agora subam cada um para o seu quarto! - Meu pai disse. Subi a escada pisando forte e Bieber veio logo atrás de mim.
- Eu te odeio, Bieber.
- Não tanto quanto eu. - Sorriu sínico. - Além do mais... belo casaco Carina. - Naquele momento eu não sabia se enfiava minha cabeça num buraco ou o xingava. Como não tinha nenhum buraco ali, optei pela segunda opção.
- Você é um filho da... - E antes que eu pudesse terminar a frase, ele fechou a porta.
Na minha cara.
 |
| - Continua -
*Eu sei que a letra de little things não tem muito a ver com aquele momento, poré a melodia é linda, e complementa aquela cena :)
Voltei bitchesssssssss xd
O que acharam hein?
KKKKKKKKKK é, o beijo não foi exatamente UM BEIJO, não de início HAHAHA
a única que acertou o porque desse beijo foi a Máh . que além de tudo fez um comentário super lindo e inspirador. Obrigada, espero que tenha gostado do capítulo, porque ele foi dedicado a você ♥♥♥ Enfim, quando vocês voltam as aulas? Pra que série vocês vão? Vão estudar de manhã ou de tarde? Eu to entrando em depressão-pré-aulas #xoranu. Eu vou pra 9º e to morrendo de medo çl]~l]~çl]~l E FINALMENTE vou voltar pra turma da manhã. Tipo, é uma história triste, mas eu estudo praticamente a minha vida toda com as mesmas pessoas, só que ano passado minha mãe fez a rematrícula na escola muito tarde, portanto eu fiquei no turno da tarde :x Foi a primeira vez que eu estudei "sozinha", porém fiz muitos amigos, e alguns deles até vão pra manhã comigo, mas o que mais me preocupa é que talvez uma das minhas melhores amigas do mundo vai sair da escola. Eu não gosto nem de pensar, pq tipo, ela é a única pessa no mundo que me intende :(( AH ADIVINHEM, eu contei pro meu amigo sobre o blog (ele e mais essa garota são os únicos que sabem) e ai ele vem aqui e fica vendo os comentários tá ligado, dai eu quase chorando lá falando de vcs, como vcs são perfeitas, como são fiéis, como fazem comentários maravilhosos e como me motivam. awwwww <333 Mas ok, vamos aos coments #leggo - Comentários -
Júlia Semsobrenome: gente, eu to rindo com seu semsobrenome k~pk]çk~k de qualquer forma, a intenção era vc ficar surpresa mesmo , mas agora já tá tudo esclarecido HAHAHHA
Ah, é que você deixou seu user no capítulo passado .L~ÇK]ÇK]~L]´~L
wh0srafa: acabou que você ficou sem spoiler né pessoa vip hahaha. AH GENTE, PRESTEM ATENÇÃO AQUI! ESSA É MINHA RAFAELA!!!!!
Máh .: se eu dissesse que chorei com seu comentário você riria muito de mim? lol mas sério, isso foi lindo <3333 é tão bom ler isso, sabe? porque escrever é algo que eu realmente gosto, mas acho que eu não tenho vocação para isso. enfim, esse capítulo foi especialmente dedicado a você! :)
Geek Girls: seu comentário me fez refletir............ qual será a cor da bunda do justin *olha pro nada e pensa* HAHAHAHAHAHA deve ser branquela e caída -nnnnnnnnnnnnnnn lkçk~çk]~çk mas mudando de assunto.. você acredita que tava vazio??? e tipo, com vista perfeita e tudo mais! mas é porque a maioria das pessoas que tavam são dali mesmo sabe? tipo, as pessoas que vem de outros lugares querem ficar mais perto do palco etc etc lol
Anne Belieber: ANNE, EU MORRI E RESSUSCITEI LENDO A SUA HISÓRIA, DE BOA KKKKKKKKKKKKK.
1º VOCÊ TAVA NA INTERNET ESCONDIDA NÉ. HMMMMMMMM
2º LOGAN GATO PFTO ME POSSUA
3º quando você disse "só que a gente não sabia o luga da praia" eu já imaginei que ia dar merda ÇLK~ÇK]Ç~K]PÇK SOS
4º nickelback ♥♥♥♥ a primeira vez que eu escutei foi no ano passando quando meu amigo me pediu pra escutar uma música deles hahahha
5º KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKMANO,ESSES´´JOVEM QUIETOS´´TAVAM BÊBADOS NÉ? PFVR DANÇANDO FUNK NA VIRADA DO ANO SOS
6º METIRA Q VCS FICARAM SEM GÁS CARA???????????????? G-E-N-T-E, EU VOU CONTAR ESSA HITÓRIA PROS MEUS NETOS PFVR Ç~]ÇK]~ÇL~L
6º você é directioner???? duas das minhas melhores amigas são hahaha
No meu ano novo, quando eu tava voltando pra casa, eu fui de ônibus, pq ir de carro era impossível. Dai, ficou minha mãe e meu irmão juntos num banco, e eu sozinha em outro, só que ai entrou um garoto muito lindinho com a mãe tb, só que como não tinha mais dois lugares juntos, ele chegou pra mim tipo "eu posso sentar aqui?" DAI EU QUASE AGARREI ELE PQ ELE ERA MUITO BONITINHO E FOFINHO, AINDA TINHA SOTAQUE <33333333 e não era um sotaque chato e irritante, era um sotaque fofíssimo que eu >>acho<< que é do sul, ou sl hahahaha
Grazi Bieber: Sra. Grazi Bieber, nunca se sinta abandonada u_u HAHAHA espero que tenha gostado do capítulo :)
Juliana Rocha: JUUUUU, VOCÊ TEM UM IRMÃO DE 4 ANOS? AWWWWWWWWWWWWWWWN. E ELE TEM BOM GOSTO MUSICAL? AWWWWWWWWWWWWN E ELE É UM GÊNIO QUE SABE BOTAR MÚSICA NO PC, MAS N SABE MINIMIZAR JANELAS? AWWWWWWWWWWWWWWN. HAHAHA pfvr que coisa lindaaaaaaaa uma irmã mais velha que se dá bem com o irmão mais novo hahaha sério, isso é raro looooool
RECADINHO: VOCÊ EH A PODEROSA SIM KIRIDA Ç~]Ç~L~Ç]L~ÇL]~L
E quando eu reli o que eu tinha escrito eu tb pensei besteirinha nessa parte, fazer oq? rçrçrçrçrçrçrçrçrçrç mas eu sou só uma garotinha *le auréola*
Duda Schaefer: SEUS COMENTÁRIOS SÃO SEMPRE TOPSSSSSSSS SUC SUC TEM QUE SER O PRÓXIMO PASSO CARA!!!!! HAHAHAHAH
- Divulgação -
|
