When The Sun Goes Down - Capítulo 10 - Malígna

P.O.V Carina

Justin Bieber estava na minha frente e tudo que eu pensava era: seu carro. Um autêntico Fisker Karma cromado e em perfeito estado. Para de babar Carina! Mas o fato é que ele estava ali, estacionado, e me chamando para que eu o dirigisse.

E quando a chave do mesmo caiu do bolso de Justin, no momento que Patricia o estapeava, eu tive certeza: hoje eu vou rodar os quatro cantos dessa cidade a bordo desse carro.

Capítulo 10 - Malígna

- Hm... Justin, ontem eu te apresentei a Rodrigo e Carina, não é?

- É... – Ele entoou a fala de modo que soou mais como uma pergunta do que uma afirmação.

- Bom, em todo caso esse é Rodrigo - o homem que os fitava calado deu com um certo receio, um tapinha no obro de Jus, que o encarava com a sobrancelha arqueada - e essa é Carina, filha do Rodrigo, você deve lembrar dela. – Ele arqueou as duas sobrancelhas e soltou uma risada nasalada em sinal de sarcasmo.

- A filha do seu namoradinho é a empregada? – Ele riu forçadamente. – Era ela então?  – Ele disse com os lábios repuxados em um sorriso sarcástico.

- O que? – Ela disse sem entender, fazendo juntamente com Rodrigo uma careta.

- Só olhando para ela dá pra perceber que... – Carina o interrompeu.

- Cala a boca, Justin Bieber ou você quer mais uma daquelas? – Carina se referia a sessão de tapas e alguns socos que dera nele em sua ultima visita e ele sabia disso.

- Carina! – Rodrigo pela primeira vez se pronunciou repreendendo-a. – Não fale assim com ele. – A garota o olhou incrédula – Nem com ele nem com ninguém – Completou.

- Vamos entrando, vamos! – Patricia chamou a todos. – Seus pertences já estão no seu quarto, mais ainda faltam as malas que ficaram com você.

- “Meu quarto” – Ele soltou mais uma risada nasalada. – Aqui nunca vai ser minha casa. – Disse seco.

- Justin, eu... Você precisa entender...

**

- Vem Carina! – Rodrigo chamou a garota que havia ficado para trás num tom mais alto, para que ela os seguisse.

- Eu já to indo, preciso fazer uma coisa... – respondeu e ele deu de ombros.

P.O.V Carina

Garoto idiota, estúpido, ridículo. Ah, ele merece uns bons socos naquele rosto de cantorzinho de meia tigela...

Mas o mais impressionante é que sempre que vejo ele, estou parecendo uma llhama atropelada. É frustrante, o pior que ele tem mesmo razão ao me chamar de empregada. Mas continua sendo um idiota.

Nojentinho, se eu pego ele, ia fazer um estrago.

Não, espera... Não desse jeito... entenderam né?

Eu quero dizer, pegar e sabe, machucar “fazer um estrago”.

Ah, entenderam... Mas depois de hoje ele vai ver quem realmente comanda as coisas por aqui.

- Vem Carina! – meu pai me chamou após andarem alguns passos, me deixando para trás.

- Eu já to indo, preciso fazer um negócio... – Um negócio, é.

Andei uns três passos longos até chegar ao lugar onde a chave estava caída. A chave. Impressionante como até a chave daquele carro era linda. Linda em partes. Suas laterais eram cravadas com algum tipo de brilhante que me pareceram pequenas pedras de diamante e com as iniciais “jb” impressas nela. Me agachei e peguei a chave caída no gramado, mas foi nesse exato momento que meu pai olhou para trás.

- O que você ta fazendo sentada no gramado, Carina? – Ele adotava um sorriso de canto como se dissesse “essa garota é louca!”.

- Eu... to amarrando meu sapato. – Falei a primeira coisa que me veio em mente.

- Filha, você ta de pantufa! – ele riu alto.

- É que... é... – ok, eu to nervosa, não é todo dia que eu roubo a chave do carro de um astro pop para sair com ele pela cidade. Você me entende né? – Que é tem um cadarço por dentro... para a pantufa não sair dos meus pés. – Ele deu de ombros e riu pelo nariz. OBRIGADA.

Sabe aqueles momentos que você começa a questionar tudo então você ta lá com seu pijama e se pergunta: “por que diabos isso tem um bolso?”. Então... nunca mais faça isso. Um bolso num pijama nunca fora tão útil quanto agora. Sabe, as vezes você vai precisar deles para guardar a chave do carro do filho celebridade da vadia que é alguma coisa do seu pai. Então você vai se perguntar: “CARAMBA, ONDE EU PONHO A CHAVE DO CARRO DO FILHO CELEBRIDADE DA VADIA QUE É ALGUMA COISA DO MEU PAI?” e se você não estiver usando um pijama com bolso, tsc tsc tsc você está ferrado amigo.

Minha mão tremia enquanto eu pegava aquela chave, eu tremia apenas por fazer esse simples ato. Um simples ato, certo? Ou não. Para mim isso é ser tão... rebelde. Ela ficaria decepcionada. A única que importa para mim estaria querendo me matar agora só por pensar na hipótese de fazer isso. Mas é exatamente por ela que eu estou fazendo isso. Única e exclusivamente por ela.

**

A garota tratou de tirar rapidamente de tirar aqueles pensamentos da cabeça e focar do que estava fazendo. Ela colocou a chave dentro do bolso interno do pijama que usava, olhando para todos os ângulos possíveis do local onde estava. Só então se levantou e seguiu para a sala de jantar, onde aparentemente estava acontecendo uma discussão.

P.O.V Carina

- Eu vou lá para aquele quarto até decidir exatamente o que vou fazer. Não me perturbe enquanto eu estiver lá. – Bieber falava pausadamente rangendo os dentes.

- Você não vai decidir nada, você vai vir aqui, sentar-se a mesa e comer. – Patricia respondeu no mesmo tom.

- Não.

- É spaguetti... – ele ficou em silêncio.

- Olha eu vou aceitar a parte de comer, - ele respirou forte - mas vou comer no quarto, e não, não precisa me levar lá, já sei onde fica. – Ele falava altivo.

- Aplaude gente! Aplaude o astro teen dando piti! – Disse sarcástica apoiada na porta. Ele me olhou incrédulo como se pudesse me matar com o olhar.

- Olha só... tsc tsc a empregada ta falando demais, não pode! – Ele disse. Ahh que vontade de matar, de esfregar na cara dele a chave daquele maldito carro.

- Cala.a.boca. - Disse pausadamente.

- EPA! Parou ta gente, que história é essa de brigar? E como assim empregada? Será que alguém pode me explicar?

- Olha, eu to subindo... – Ele disse com um prato na mão.

- Pelo menos isso é uma idéia boa. To subindo também. Perdi a fome. – O segui pisando forte pela escada sem que eles pudessem preferir alguma palavra.

[...]

~ Ligação on ~

- Alô, Josh?

- Oi Carinnnnnnnnnn!

- Oooi!

- Tudo bem, senhorita? A que devo a sua ilustre ligação? - Ri abafado.

- Josh você não andou bebendo não né? – Rimos

- Como você descobriu?????? - Ele gargalhou. - Mentira! Mas e aí?

- Ahh, desculpa ser tão chata e te ligar, mas... cara, eu só conheço você daqui, ai eu to respondendo sua mensagem: eu quero sair!

- Weee. – Ele pareceu uma criança depois de ganhar doce. - Onde quer ir?

- Hmm, tipo eu to morando aqui e ainda não conheci Los Angeles...

- Prazer, Josh-guia turístico-Devin – Rimos.

- Mas, assim... é longe?

- Que nada! Menos de 40 minutos, mas antes quero te levar a Malibu! É o lugar que tem as melhores praias por aqui, por tanto leve roupa de banho!

- Que legal! Mas... não! – Ri. - Você vai me ver de biquíni e vai se apaixonar pelo meu corpitcho, ai não tem mais volta. – rimos alto.

- Ahhh vamos sim! O melhor é que é bem pertinho... menos de quinze minutos! Falando nisso, você tem que me dar o endereço da sua casa, porque aposto que eu não consigo mais chegar ai...

- Ah, isso era uma coisa que eu queria falar... eu queria levar o carro.

- Hm, tem certeza?

- Ei, você não está duvidando da minha super capacidade de direção, está?

- Não cof, claro que não, cof. – Ironizou.

- OLHA O RESPEITO, HEIN?! – Rimos.

- Mas falando sério... você tem carteira?

- Ahn, eu... AH, EU ESQUECI DE PERGUNTAR... HM, VAMPS SÓ NÓS DOIS? – Perguntei tentando sair do assunto.

- Hm, você quer levar alguém? – Ele perguntou.

- Ah Josh, doce e ingênuo Josh... (porém não), você sabe que eu não conheço ninguém aqui, né babe. – Ri.

- Então tá, você quer que eu leve alguém?

- Você que sabe!

- Bom, minha prima ta aqui em casa, mas ela é meio... ahn...acho que você não vai gostar dela.

- Ah, sei lá. Eu to precisando socializar, sabe? Conhecer gente nova para não ficar te enchendo toda vez que vou sair. – Ri

- Se isso é encher, pode fazer isso o quanto quiser. – Rimos. - Então talvez eu leve a Tiff.

- Tiff? – arqueei uma sobrancelha.

- Tiffany. Tiffany é o nome dela. – Já saquei, uma prima que ele dá uns pegas legais de vez em quando hahaha.

- Ah velho, você ainda tem que passar seu endereço!

- Verdade... é que eu to com medo disso. - riu.

- Vai logo seu chato! – Ri pelo nariz. Ele me deu seu endereço e as informações de como chegar lá, mesmo que não fosse preciso, devido ao GPS.

- Tá, mas você tem carteira né?

- Aha...TÁ BOM PAI, TO DESCENDO AGORA! – Falei tentando fugir do assunto. De novo. – Josh, foi mal. Preciso descer, meu pai está me chamando agora. Te pego na sua casa daqui a uma hora?

- Ok mas...

- Tá, beijos. Tchau.

- Pera, não esquece de levar roupa de banh..

- Bye. – cantarolei e desliguei antes que fizesse mais uma perguntinha do tipo “você tem mesmo carteira de motorista né?”. Bitch please, com carteira ou sem carteira eu dirijo melhor do que qualquer marmanjo por ai.

Hoje vai ser O dia. Carina Medeiros Belucci maligna mode on.

Me dirigi ao banheiro da minha suíte e me despi por completo, coloquei as roupas no cesto de roupa suja, e entrei no chuveiro após regular a temperatura da água. Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa simples com um biquíni por baixo (tirem o arco). [n/a: só pra deixar claro que quando eu boto um cabelo com um rosto...vocês entenderam, é só pra você imaginar o penteado ok? A cor do cabelo e a aparência da Carina, vocês decidem!] e passei apenas um gloss e um rímel aprova d'água.

Eu nem estava tão mal assim. É. Estava... aceitável. A beleza realmente não é meu forte e essa roupa ressaltava, pelo menos um pouco, esse triste fato. E é por isso que eu não gosto de ficar me olhando no espelho, ugh.

13:37h. Daqui a pouco terei que buscar Josh, e a jornada começaria haha.

Mas enquanto isso... um lanche cairia bem agora.

Desci rumo a cozinha e lá estavam Patricia e meu pai conversando.

- Mas fala sério, Pattie! No primeiro dia a empregada sai na metade do expediente por causa de “problemas pessoais”? – Revirou os olhos.

- É, mas se não me engano aconteceu alguma coisa com a irmã, eu acho...

- Mesmo assim. Não acho que vale a pena contratar uma pessoa que dá uma falha dessa no primeiro dia do novo emprego.

- É, não posso deixar de concordar. – Uma espécie de ‘apito’ soou. – Uh, o hambúrguer está pronto!

- Eu chamo as crianças? – Ele perguntou incerto.

- Ahn... – eu apareci na cozinha.

- Bom, uma já desceu só falta o outro! – Ele disse após me notar na cozinha.

- Estou com fome. – disse somente.

- ‘Oi, boa tarde querido pai, e doce Pattie, tem alguma coisa pronta para eu comer?” – meu pai disse o que eu “deveria” falar. Coitado.

- Eu disse que estou com fome. – Revirei os olhos.

- Tssssss – Disse enquanto Pattie me deu um sanduíche.

- Rodrigo, Dona Martha pôs as roupas para lavar? – Patricia mudou de assunto.

- Hmm, acho que não. Ela ia fazer isso quando recebeu a “tal ligação”. – Revirou os olhos.

- Então vou aproveitar e fazer isso agora. Tem roupas para lavar, não é Carina?

- Ah é. O cesto está cheio.

- Então trás aqui as roupas querida? – Ela falou com sua voz irritantemente angelical.

- Aproveita e chama logo o Justin. – Meu pai se intrometeu mordendo um pedaço significativo de seu lanche.

- Não. Vou sair. – Disse altiva. Altiva de mais para alguém que está morrendo de medo.

- Oi? – Meu pai usou sem tom mais irônico. – haha. É tão engraçado sabe? Eu pensei que eu era seu pai. O responsável por você. Ou seja, o que manda aqui. – Ele ia continuar mas eu o interrompi.

- Não é engraçado? Eu também achava isso, mas... – foi a vez de Patricia interromper-me, dessa vez, diferente das outras ela me olhava com um olhar matador, como se dissesse “não arranja confusão garota, e vai logo por que eu to te ajudando” .

- Hm, Carina? Você pode por favor chamar o Justin logo? – Dizia ela com aquele olhar. Não me atrevi a dizer nada e subi, a essa altura já havia terminado meu sanduíche.

Hm, qual é o quarto de Bieber, eis a questão.

Na casa tínhamos onze quartos, mas nesse corredor haviam sete. O do meu pai e da outra eram o primeiro quarto, sendo que o meu era o último - o que me dava a melhor visão de uma linda lagoa que ficava atrás da casa, já que a "nossa" propriedade era uma das últimas do grande condomínio.

Bati na porta do primeiro quarto e nada. Tomei coragem e abri a porta. Tudo estava arrumado, a decoração bonitinha, mas o quarto dele não deveria ser assim... não é?

Abri outro, depois outro – depois da bater na porta, claro. – E já com raiva abri a ultima porta bruscamente - sem bater - e lá estava ele. Vestido com uma cueca boxer cinza. Eu quero dizer só com uma boxer cinza. Estava em pé, de frente para sua enorme TV (é sério, enorme mesmo. Deve ser bem maior que a da sala até .-.), com uma toalha pendurada em um ombro e com seu cabelo, de um tom de loiro escuro, molhado e um tanto quanto desarrumado.

Sexy.

Demasiadamente sexy.

Perigosamente sexy.

Ele virou-se na minha direção e passou a encarar-me com a sobrancelha arqueada, como se quisesse uma explicação. De fato queria.

Nós (eu) nos encarávamos estáticos (na verdade só eu que estava lá parada feito uma idiota).

Eu abria a boca para falar, mas nenhum som saia...Eu estava sob um efeito estranho.

Sendo sincera? Estava hipnotizada e eu realmente não me orgulho disso.

Só fui tirada desse “transe” que durou só alguns segundos – que pareceram eternidades – quando ele se aproximou um pouco mais e indagou sinicamente um “o que você está fazendo aqui?” e foi ai que eu acordei, e nem sua voz roucamente sexy diminuiu a raiva que senti. Raiva de mim mesma.

- Ahn, eu... – ainda estava sem jeito – eu não sabia que esse era seu quarto. – Disse me recompondo.

- Experimente bater na porta antes. – Ele me olhou da cabeça aos pés.

- O que foi? – Perguntei seca.

- Nada. – respondeu somente – Agora pode ir embora, não é?

- Com todo prazer. – Sorri sínica e sai pela porta que ele segurava. - Ah, e sua mãezinha pediu para você descer. – Ele revirou os olhos, murmurou um “ok, agora tchau” e fez menção em fechar a porta que segurava. – E... – Falei botando o pé na frente da porta impedindo que se fechasse – ugh, coloca uma roupa direita antes de descer... Sorri o vendo olhar para baixo e ver “o estado” em que se encontrava. Ainda pude o ver corar e abaixar a cabeça soltando um sorrisinho envergonhado enquanto puxava a toalha de seu ombro rapidamente e cobria-se com ela. (n/a: awwwww gente, imagina ele sendo tão fofo ><). Realmente não era essa reação que esperava.

(...)

- Chamou o Justin? – Meu pai parecia mais calmo.

- Sim, só não garanto que ele vai mesmo descer...

- Pegou as roupas sujas?

- Ah... não.

- Pega lá!

- Eu vou...sair.

- Nós temos que conversar sobre isso também.

- Bom, eu vou... eu posso pegar as roupas sujas no seu quarto? Tá aberto? – Patricia se voluntariou, mas a verdadeira intenção era deixar-nos a sós para termos uma conversa mais sensata.

- Pode ir lá! – Meu pai respondeu por mim.

- Não, eu... – ela, que já estava se afastando, se virou. – Ah, deixa. – ela assentiu e saiu.

- Então..?

- A gente precisa conversar.

- Sobre?

- Tudo!

- Desculpa, mas eu não tenho tempo.

- Não importa, você arranja tempo.

- Olha, - respirei fundo e adotei um tom mais sério. – você fez o favor de me tirar da minha casa, do meu país, dos meus amigos, me afastar de quem eu amava e ainda amo e me trazer para cá. Fez o favor de deixar toda lembrança dos poucos tempos bons da minha vida para trás e me trouxe pra cá. A troco de quê? Sua felicidade? Você traiu ela de todas as formas. Você a abandonou. Você ME abandonou – na verdade essa parte é a única que eu entendo o motivo – e quando me tirou da tia Lizzie disse que agora era sua vez de cuidar de mim do jeito que “sua princesa” merece. Eu lembro muito bem, pois você não cumpriu essa promessa também. E agora que eu arrumei pessoas legais para sair e me divertir você quer impedir? – Ele me encarava estático. Balbuciava algumas palavras que não consegui decifrar.

- Carina, é justamente sobre isso que precisamos conversar...eu ahn...você já disse seu lado, e eu te entendo. Não sabia que se sentia assim, mas agora VOCÊ precisa entender o meu.

- Eu não tenho tempo! Olha, eu achei amigos, colegas ou sei lá... e você não pode me tirar isso também! – Meu pai respirou fundo e depois olhou para Patricia, que quase adentrou na cozinha, mas já se preparava para dar meia volta, pois viu que não havíamos terminado nossa conversa/descução. Ao sentir sobre si nossos olhares, se virou e encontrou no olhar de meu pai a pergunta “o que eu faço?”, a mulher balbuciou um “deixa ela ir” acompanhado de um suspiro de meu pai, e eu...eu sorri para ela em agradecimento, sorri mesmo que minimamente.

- Vou lá então. Obrigada. – Sorri forçadamente.

[...]

- Você acha que eu realmente fiz a coisa certa? – Ela ainda pode ouvir seu pai dizer.

- Bom, você quis minha opinião. Eu a entendo muito bem, ela é uma adolescente, e eles já são meio... – ela deixou a continuação de sua frase subentendida e fez uma careta acompanhada de Rodrigo – Ainda mais acontecendo tantas coisas na vida dela...

- É, você ta certa... – ele pareceu pensar – e como eu não trabalho hoje... temos o dia todo para nós. – ela riu.

- Amor, você esqueceu que estamos sem empregada né?

- Uhhh – Fez uma cara de decepção.

- E podemos começar colocando a roupa para lavar. São m-u-i-t-a-s!

- Eu faço isso, pode deixar.

- Não, não. Eu faço!

[...]

P.O.V Carina

Agora só falta pegar a bolsa, and let’s go to the beach! [♪]

A bolsa e a chave para paraíso. Literalmente a chave.

[...]

**
A chave, a chave, a chave, onde está a chave? – Ela cantarolava essa musica enquanto procurava as chaves que não conseguia achar, porém muito tempo se passou. Muito. Logo ela já estava se descabelando.

(...)

CADÊ ESSA CHAVE???????????

CADÊEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE? – O quarto já estava uma bagunça a essa altura. A garota havia procurado o objeto em todos os lugares possíveis e imagináveis.

Já cansada, sentou-se na cama, já não estava tão esperançosa como há minutos antes. Deitou seu corpo mole na cama e foi ai que uma lembrança veio:

O bolso.

O pijama.

O cesto de roupas.

Patricia.

Levantou subtamente com os olhos arregalados e saiu correndo em direção ao banheiro da suíte, tropeçando em várias coisas, mas chegando lá o que ela temia havia acontecido.

Patricia havia pego as roupas, e consequentemente chave.

P.O.V Carina

Ou eu morreria de castigo,

Ou eu morreria de medo do castigo.

Talvez não fosse tão mal... eu poderia até voltar para o Brasil... e ficar num colégio interno pro resto da vida. Um colégio de freiras talvez, quem sabe?

Ou talveeeeeeez a opção mais fácil fosse recuperar a chave. Ou pelo menos tentar.

Carina espiã demais ativada. Ou não.

Desci as escadas correndo desesperadamente, e fui o mais rápido possível em direção a lavanderia/área de serviço e pude ver Patricia debruçada em uma das muitas máquinas de lavar e secadoras que ali se encontravam separando as muitas roupas para lavar.

- Ah, oi Carina. – Ela disse após me notar lá.

- Oi. – Disse o mais calma possível. Uma calma que esvairou-se depois de segundos, no momento que vi que ela pegaria meu pijama. Arregalei os olhos. – Patricia, você não precisa fazer isso! Deixa que eu faço... – Disse tentando tirar aquela peça de roupa de sua mão.

- Não... – ela puxava de volta – precisa.

- Eu faço questão... – puxei dessa fez mais forte. Forte o bastante para fazer o objeto metálico cair... Apavorada é pouco para definir meu estado. Ela se abaixou para pegar o objeto que caiu, mas eu fui mais rápida.

- MINHA MOEDA DA SORTE – Gritei fazendo-a se afastar.

- Nossa... que moeda estranha... é imensa. Deixa eu ver!

- Não! Ela é da sorte... ela é ahn, uma moeda brasileira.

- Ah, entendi, deixa eu ver?

- Não posso...eu... preciso ir, tchau! – Disse e sai correndo em direção a porta. Teria terminado meu “serviço” com mestria, se um ser não tivesse me derrubado no chão.

- Olha por onde anda garota! – O garoto gruniu, ainda caído no chão.

- Ah, cala a boca! – Me virei e continuei andando na direção contrária do que a de Bieber. De fato teria dado uma resposta bem mais mal educada, mas percebi que não havia tempo a perder com coisas idiotas, ou no caso pessoas idiotas, além do medo de que, por acaso, ele percebesse que a chave de seu carro estava comigo.

- Ei! – ele me puxou pelo braço, e chegou perto. Perto demais. – Não fala assim comigo. – disse sério. Ele estava tão perto que pude sentir sua respiração pesada bater em meu rosto. Eu até poderia sentir medo, se não estivesse tão entorpecida com o momento. Já disse que eu me odeio?

–S-só isso? – Disse quebrando o contato visual em que ficamos presos por alguns segundos.

- Na verdade, eu... queria saber onde está a Pattie.

- Sua mamãe? - Ele revirou os olhos – Está na lavanderia.

(...)

Passei por meu pai, que por sorte estava cochilando no sofá da sala e nem me viu passar.

Quando cheguei a área externa minhas mãos já começavam a suar, eu tremia por inteiro. Ok, vocês podem não entender isso, mas eu não sou, ou era de fazer essas... coisas, entende?

Tive o cuidado de destravar o carro manualmente, para o alarme não fazer barulho algum.

Quando entrei naquele carro me senti diferente, de verdade. Eu não sei explicar, mas...foi como se tivesse sido a prova de choque que separava a antiga Carina da nova eu.

Um perfume cítrico tomou conta de minhas narinas quando fechei a porta do carro, e aquele não era o meu perfume...era melhor, muito melhor.

Antes mesmo de ligar a chave na ignição lembrei de um anúncio que vi no jornal há meses atrás.

“Fisker Karma – o carro do futuro”

“O carro altamente tecnológico é mais um avanço feito pela indústria automobilística.

É um automóvel completamente elétrico, com comandos, em sua maioria, por voz [...]”

- Hmm, será que funciona? – Pensei alto. – Carro, ligar! – Disse tão empolgada quanto uma criança que ganha um brinquedo novo. - Nada... Vamos tentar de outro jeito...se eu fosse um carro também não ligaria se falassem comigo assim... – Pensei. - Fisker, carro do futuro. Você pode por favor ligar? – Perguntei com a voz doce. Eu to tipo...falando com um carro. Socorro! Se pelo menos adiantasse... mas nada. Vou tentar pela ultima vez, por que quando se é maluca tem que entrar de cabeça.

- Ligar o carro! – Nada, ugh. – Olha carro... sabe, eu tava querendo fazer tantas coisas, sabe... coisas que eu nunca fiz... você não gostou de mim, é isso? Desculpa ter sido tão autoritára com você. - Sim, eu estava desabafando com um carro. - Mas por que você não aceita meu comando? É tão simples, só ligar o motor! – E foi aí, sendo mais louca que as outras vezes, que senti o roncar do motor. Sorri de orelha a orelha e tirei os óculos de sol que estavam apoiados na minha cabeça e os coloquei em meu rosto. Liguei o rádio e comecei a dançar no ritmo da musica.

(...)

Liguei o GPS e me assustei ao ouvir a voz chata da mulher falar um “Boa tarde senhor Bieber”. Coloquei o endereço e fui guiada por aquele aparelho até chegar a um grande portão e buzinei uma ou duas vezes até o portão ser aberto e dar lugar a uma bela casa.

- HEYYYYYYYYYYYYYYYYYYY CARINA! – Josh disse se aproximando do carro. – UAU, que carrão hein? – Disse abrindo a porta do carona – Entendi por que queria tanto vir dirigindo HAHA – ri com ele.

- É mesmo um carrão... – Respondi deslumbrada.

- É seu, criança? – Ele perguntou entrando no carro, e o analisando melhor.

- Booooooooooooooooooom... – Fiz uma careta e ele riu.

- E então o carro é de quem? – Perguntou.

- Booooooooooooooooooom... - Rimos alto enquanto eu dava ré para sair dali.

- Ei, esqueceu da Tiff? – Disse por eu estar fazendo o retorno.

- Ah, mas você não me confirmou nada de que a “Tiff” – Fiz aspas com uma mão, já que a outra se encontrava no volante- iria mesmo vir.

- Foi mal, é que ela se arruma antes mesmo de avisar, e nem assim consegue não se atrasar. – Revirou os olhos – Algum problema?

- É...não, é que...ah, o carro não é exatamente meu, então... – Deixei a conclusão no ar.

- Ah, eu já entendi...deixa pra lá, e vamos!

- Temos que avisá-la né!

- Deixa disso e bota o pé no acelerador! Quer dizer...NEM TANTO, OK? TOMA CUIDADO QUE EU NÃO QUERO MORRER LOGO HOJE PORQUÊ NÉ...

- Ei, nem vem querer me ensinar a dirigir, por que quem dá as aulas por aqui sou eu! – Falei.

- Uhhh, motorista fatal. – Rimos.

- Então, por onde vamos?

- Bom, e é por isso que eu queria dirigir, maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas...

- Não confio em ninguém para dirigir essa belezinha, cara. Hahaha, a menos que esse alguém seja treinado por mim né...

[...]

O casal [n/a: não entendam sempre que eu falo “casal” como tipo, um cara e uma garota que tem uma relação mais...intima kjfçafjksk~dlgdsk~ç por que “casal” quer dizer também apenas...um cara e uma garota lol bom, vocês entenderam ‘–‘] saiu rumo a Hollywood, e decidiu passar em Malibu na volta, quando tudo estaria mais calmo. A garota por sua vez ficou impressionada com a beleza do local, e já fez Josh prometer que a traria ali de novo.

P.O.V Justin

Hoje foi... ahn... um dia frustrante (?)
Quer dizer, sai da casa do Scooter quase obrigado e depois... ah, depois eu sou simplesmente PERSEGUIDO na rua. Sim. 
Adivinhem? Paparazzi, é. ELES ESTÃO EM TODOS OS LUGARES CARA, TODOS. Eu já encontrei um dentro da lixeira da minha casa... acreditem. Eles são as criaturas mais nojentas e malditas e... cara, eu os odeio, mas eu tenho que admitir que sinto medo. Eles são capazes de TUDO por uma boa foto, uma boa matéria. Boa para eles, eu quero dizer, porque eles estão atrás de qualquer coisa que destrua minha carreira.
(...)

Subi ao quarto e terminei meu spaghetti, que estava uma delícia. Só ficaria muito melhor se fosse à bolonhesa.

Comi, escovei os dentes e deitei na grande cama. Aquele era o meu momento de refletir sobre tudo o que estava acontecendo. Eu estou passando por um período... digamos, conturbado, e mesmo assim não tenho tempo nem para respirar, então esse é o momento que eu tenho para pensar em tudo. Quando eu me deito.

E eu pensei.

E não gostei das conclusões que fiz.

Se o plano A não der certo, já tenho um plano B, e é ele que me preocupa.

Dormi pensando nisso e tive um sonho não muito agradável.

Selena chorava, chorava muito e eu ficava parado a vendo desabar sem esboçar qualquer reação. Ao contrário, eu fui conduzido a uma cama, por uma bela (muito gostosa) mulher enquanto ela ficava parada, chorando ainda mais, nos assistindo fazer as preliminares. [n/a: eu não gosto da Selena, não apoio jelena, porém o respeitar é o melhor que podemos fazer, e é o mais importante. Ela irá aparecer futuramente e não fará papel de vilã, vocês irão ver no decorrer da história.]

Naquele momento senti-me mal. Senti-me sujo, porque vai ser mais ou menos assim se o que eu planejo não der certo. Mas tem que dar certo. Vai dar certo.

Tomei um banho não muito demorado. A água estava especialmente refrescante, o que me fez desligar do mundo no tempo que estive lá. Sai já renovado, quer dizer, acho que depois de um bom banho todo mundo se renova, não é?

Coloquei uma cueca que peguei na gaveta e liguei a TV. Passava uma notícia sobre mim, mas nem pude ver sobre o que se tratava, porquê uma sobre Selena já aparecia na tela. É sempre assim, uma notícia minha e depois chamavam uma dela “e agora, sua namorada Selena Gomez (...)” ou “e a namorada de Justin Bieber, Selena (...)” Isso enche o saco!

Mas o que é pior são notícias sobre  “Selena e seu novo filme”. Ela pega todo mundo em cena e isso definitivamente não é legal para a reputação de um cara, de um namorado.

E então, a porta se abre.

Posso até estar precisando de um óculos novo, [n/a: isso é uma coisa que eu sempre tive duvida, ele usa óculos de grau mesmo ou só pelo swag? gh~lk
jkç] mas não reconheci de primeira a pessoa que estava ali na porta me olhando estática. Era ela mesmo? Uau. U-A-U.

Mas o que ela ta fazendo ali? A encarava pedindo uma resposta.

- Ahn, eu... – Ela pareceu envergonhada. – Eu não sabia que esse era seu quarto. – Disse mais séria.

- Experimente bater na porta antes. – Respondi mal educadamente enquanto chegava mais perto e a analisava. Triplo uau.

- O que foi? – Perguntou.

- Nada. – Respondi dando de ombros. Hum, ela estava diferente. Hum. – Agora pode ir embora, não é? – Abri a porta para que ela saísse.

- Com todo prazer. – Deu um sorriso sínico e saiu pela porta que eu segurava. - Ah, e sua mãezinha pediu para você descer – Revirei os olhos. – Ok, agora tchau. - Fiz menção em fechar a portam mas ela colocou seu pé, impedindo que eu a fechasse – E... ugh, coloca uma roupa direita antes de descer... – Olhei para baixo e só ai vi como eu estava – aApenas de cueca – senti minhas bochechas queimarem e com certeza meu rosto adotara uma cor rubra - uma reação que não foi prevista nem era para ter acontecido – abaixei a cabeça para tentar esconder, e dei um sorrisinho envergonhado ridículo completamente involuntário enquanto puxava a toalha do ombro e me cobria. Sou um idiota. Um completo idiota.

(...)

Me arrumei devidamente e desci algum tempo depois. Esbarrei com alguma coisa que vinha rápido em minha direção. Essa 'alguma coisa' me derrubou no chão.

- Olha por onde anda garota! – Falei ainda no chão para Carina.

- Ah, cala a boca! – Ela falou toda mal educada, e deu as costas para continuar andando, eu hein. Quem ela acha que é?

- Ei! – A puxei pelo braço, e cheguei mais perto dela. Não previa toda aquela proximidade, mas não era ruim. – Não fala assim comigo – Disse pausadamente, e continuamos a nos encarar.

– S-só isso?  - perguntou abaixando a cabeça e se livrando de minha mão, que ainda segurava seu braço.

- Na verdade, eu... queria saber onde está a Pattie. – Sim, chamei minha mãe de Pattie, problem? Ela nem merece mais ser chamada de mãe.

- Sua mamãe?  - revirei os olhos – está na lavanderia.

(...)

- Hm,  Pattie? – a chamei.

- Justin? – ela levantou a cabeça para me olhar e QUE MERDA ELA TA FAZENDO?

- O_QUE_VOCÊ_ESTÁ_FAZENDO? – disse pausadamente tentando ao máximo não demonstrar minha raiva.

- B-bom, o que parece que eu to fazendo? – Ela sorriu amarelo. – eu to...colocando as roupas para lavar... – ela disse com certo receio. – Como toda a mãe de família - Eu soltei uma risada sarcástica.

- Então é esse o seu felizes para sempre? Trabalhando como empregada para seu “marido”? – ri pelo nariz – Você sabe porque eu trabalhei desde meus doze anos? SABE? PARA VOCÊ NUNCA MAIS PRECISAR FAZER ISSO! Eu trabalhei duro para que você tivesse uma vida boa, para compensar todos os esforços que fez por mim. Mas é engraçado, né? – eu ri ironicamente – Uns anos depois olha onde nós estamos de novo.

- Justin, eu... – sai e a deixei falando sozinha.

Eu preciso sair daqui. Ir para bem longe, mesmo que seja provisório. E tem que ser logo.

- Continua -

Oi, me desculpem, mas definitivemente eu não to em condições de fazer essa att. eu to simplesmente acabada, eu fiquei sabendo de muita coisa e ahn... eu to muito, muito mal. eu simplesmente queria sumir, sabe? ou no mínimo nunca ter conhecido "justin bieber", ou melhor, o kidrauhl. sinto vontade de nunca ter me tornado belieber, porque assim eu não sofreria. eu seria normal. não amaria e não sentiria a dor que eu estou sentindo agora. meu coração está partido em dez mil pedacinhos - e não me perguntem porquê, mas adianto que o único motivo de qualquer sofrimento meu (e geralmente sorrisos também) tem nome e sobrenome, e vocês sabem quem é - mas o pior é que eu continuo amando-o cada vez mais... vocês não devem estar entendendo muita coisa, mas eu também não estou. é. nostalgia, amor e sofrimento, tudo junto. eu nunca me senti tão mal assim, acreditem, é horrivel. me desculpem, mas no próximo eu respondo os comentários, ok? <3